Policiais cumpriram 61 mandados de prisão e apreenderam US$ 7 milhões em dinheiro e criptomoedas, além de 299 quilos de drogas.
O FBI, autoridade de polícia federal dos Estados Unidos, anunciou que vem deflagrando uma operação chamada de "SaboTor" para desmantelar as redes que vendem drogas ilícitas nas "darknets", as redes anônimas da Internet.
Contando com a cooperação da Europol, da União Europeia, e de outras agências dos Estados Unidos, inclusive os serviços de inspeção postal, os investigadores norte-americanos prenderam 61 indivíduos e confiscaram US$ 7 milhões (cerca de R$ 27 milhões) em criptomoedas, dinheiro e ouro.
A colaboração entre as agências americanas e autoridades internacionais faz parte de uma iniciativa conjunta chamada "J-CODE", que mira os mercados do submundo da rede responsáveis pela comercialização de opioides. Os mandados de prisão e de busca e apreensão desta operação estavam sendo conduzidos desde janeiro. Os policiais também apreenderam 299 quilos de drogas e 51 armas de fogo.
operação é uma espécie de sucessora da "Disarray", uma operação de 2018 que começou a integrar as agências americanas e a treinar policiais para investigações no submundo da rede. O nome da nova operação, "SaboTor", faz referência às palavras "sabotagem" e "Tor", que é a rede anônima mais popular em uso atualmente.
O foco da "SaboTor" foi identificar os vendedores que movem a droga, muitas vezes enviando os pacotes pelos correios a partir de endereços residenciais. Os esforços, de acordo com o FBI, resultaram no fechamento de 50 contas usadas para atividades ilegais nas darknets.
O FBI destacou que parte das pistas que auxiliaram os investigadores foram colhidas de casos de morte resultantes de overdose. Dados do governo americano apontam que 70.237 pessoas morreram de overdose em 2017 nos Estados Unidos — 2 em cada 3 delas por conta de substâncias opiáceas.
Mercado mais antigo anunciou 'fechamento'
Embora o FBI tenha afirmado que o alvo da "SaboTor" foram os vendedores que atuam em mercados nas redes anônimas e não esses mercados em si, internautas que frequentam esses espaços estão diante de um mistério: o site mais antigo do gênero ainda em operação, anunciou que fechará as portas no dia 30 de abril e um novo site "parceiro" assumirá seu legado.
Esse site não foi mencionado pelo FBI, mas a proximidade entre os anúncios da operação e do fechamento do site deve fortalecer ainda mais as suspeitas que já vinham circulando sobre o confisco da página pela autoridade policial. O site funcionava desde 2013 e continuou no ar mesmo quando outras plataformas semelhantes foram alvo das autoridades.
Em fóruns da web e na deep web, muitos usuários relatam não conseguir mais utilizar o dinheiro depositado no marketplace e nem resgatá-lo por terem esquecido o número de identificação pessoal (PIN, na sigla em inglês), que serve para autenticar usuários.
Outros falam em golpe, insinuando que os donos do mercado estão abandonando os usuários e ficando com o dinheiro que passa pelo site e fica retido até a confirmação das negociações. A página aceitava pagamentos em criptomoedas.
Na "SaboTor", a maior parte de recursos apreendidos pelo FBI estava em criptomoedas, US$ 4,5 milhões dos US$ 7 milhões.
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