Nesta semana, países tiveram o lançamento dos primeiros serviços comerciais da tecnologia — mas a maior parte do mundo ainda está na fase de testes, como o Brasil.
A era do 5G começou precisamente nesta semana em partes dos Estados Unidos e na Coreia do Sul.
Nos EUA, a empresa Verizon passou a oferecer o serviço nas cidades de Chicago e Minneapolis; já no país asiático, as três principais operadoras de telefonia móvel começaram a disponibilizar este tipo de conexão para consumidores em diferentes regiões.
A China também quer ativar o 5G para internautas ainda este ano.
Mas, para a maioria dos países — entre eles o Brasil e vários outros da América Latina —, a tecnologia ainda está em fase de testes.
A conexão promete um salto na capacidade dos smartphones e será crucial para a tecnologia futura, como por exemplo para veículos sem condutor.
Entenda como funciona:
Velocidade até 20 vezes mais rápida
A tecnologia otimiza o uso do espectro radioelétrico — permitindo, assim, conexão mais rápida e estável, ampliação da cobertura e a possibilidade de uso por mais dispositivos.
As redes móveis mais rápidas hoje oferecem em média 45Mbps (megabits por segundo); a empresa Qualcomm estima que o 5G possa chegar a velocidades 10 a 20 vezes mais velozes do que há hoje em condições reais (e não apenas em laboratório).
"Qualquer coisa que façamos agora com nossos smartphones poderemos fazer melhor e mais rápido (no futuro, com o 5G)", explicou à BBC Ian Fogg, da OpenSignal, uma empresa que analisa dados móveis.
"Mas o que é realmente emocionante são os novos serviços que serão criados e que ainda não podemos prever".
O panorama na América Latina
Desde 2016, empresas locais estão fazendo testes com o 5G em países como Brasil, México, Argentina, Colômbia, Chile e Peru,
Espera-se que o México seja o primeiro da região a lançar comercialmente o 5G, algo planejado para 2020 através das operadoras Telcel e AT&T.
Já o Brasil, o primeiro a realizar testes, ainda em 2016, deve ver o serviço sendo oferecido no mercado apenas por volta de 2023.
Em fevereiro, Leonardo de Morais, presidente da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações), afirmou em um evento que a agência fará um leilão de frequências 5G em 2020. Mas, depois disso, são necessários alguns meses segundo o padrão dos contratos para que os acordos saiam do papel e sejam colocados na prática.
A GSMA Intelligence (braço de pesquisa da GSM Association, que representa a nível mundial as operadoras de redes móveis) estima que a cobertura 5G se consolidará na região por volta de 2025, alcançando pouco mais de 40% da população latino-americana.
"A adoção (da tecnologia) aumentará uma vez que a cobertura alcance a massa crítica nos mercados-chave", disse a GSMA em um comunicado.
Conexão vai ao encontro de novos produtos
Se ainda não chegou às massas, representantes do mercado já saúdam o avanço do 5G.
DJ Koh, presidente de tecnologia da informação e comunicações móveis da Samsung Electronics, diz que começou "uma nova era em que a incrível velocidade e conectividade do 5G viram realidade".
A Samsung diz, por exemplo, que o seu aparelho Galaxy S10 5G, cujas vendas começaram nesta sexta-feira (5), oferecerá velocidades até 20 vezes mais rápidas que os telefones atuais.
A analista de telecomunicações da consultoria Frost & Sullivan, Quah Mei Lee, explica que a Coreia do Sul e o Japão lideram o desenvolvimento do 5G.